segunda-feira, 4 de agosto de 2025

O Cavalo e os Macaquinhos Arteiros

 



A historinha deste capítulo foi  baseada numa revistinha lá da Itália, cujo nome não me recordo...  Vejam que interessante... aconteceu mais ou menos assim:

Era uma vez um cavalo chamado Viçoso, que pastava calmamente na relva verdinha, todos os dias. Depois ia ao rio para beber água. Viçoso era bonzinho e nunca havia feito mal a ninguém.

 Obedecia seu dono, o fazendeiro Jair, levando-o onde era preciso. Quando Jair estava com pressa e mandava Viçoso apressar o trote, aí então, seu galope se tornava rápido e vencia grande distância em pouco tempo. 

Certo dia, em que Viçoso já havia comido bastante capim, resolveu ir ao rio para matar a sede. Na beira desse rio existia uma linda mata onde moravam muitos animais. Dois macacos que estavam nos galhos de uma árvore, resolveram fazer uma malvadeza para o cavalo. 

Pularam sobre o dorso de Viçoso. Puxaram sua crina, seu rabo, viraram piruetas, fazendo muita algazarra. O cavalo, assustado, não sabia como se livrar dos desrespeitosos macacos. 

Desesperado, ele entrou no rio, e como o rio era fundo, precisou nadar. Os macacos, que não sabiam nadar, tomaram-se de pavor, pois Viçoso ficou com o corpo todo na água. 

Viram-se na necessidade de largar a crina do cavalo. A correnteza do rio era forte e eles estavam engolindo muita água. Descontrolados, por pouco não morreram. 

O cavalo, percebendo que não era mais incomodado pelos macacos, saiu do rio e voltou feliz a comer capim. É... os macacos levaram uma boa lição! Nunca mais fizeram malvadezas! 

Façamos sempre o bem e seremos muito felizes. 




sábado, 31 de maio de 2025

Totó, o Cachorrinho Amigo e Defensor

 


Marinho era um garoto super dez! Amava os animais como se fossem gente. Certa manhã, ao chegar na escola, deparou-se, no pátio, com várias crianças judiando de um cachorrinho sarnento. Marinho entrou em pânico. 

-Não... absolutamente não! Eles não continuarão maltratando esse pobre cachorrinho, disse Marinho para si mesmo. 

Decidido que era, arrancou o animalzinho das mãos de um menino que estava a fim de jogar o cachorro para cima e disse com firmeza: 

-Este cãozinho é meu. Ele escapou do meu quintal. Devolva meu Totó, vou levá-lo de volta para minha casa. 

Diante disso, o menino entregou o animalzinho para Marinho. Marinho voltou para sua casa com o cãozinho. Sua mãe, D. Isaltina, ao vê-lo com o cachorro sarnento nos braços, ficou apavorada: 

-Marinho!! O que você aprontou dessa vez?! 

-Nada de errado, mãe... e não quero que fique nervosa... não tem motivo para isso... 

-Como não?! Você me deixa doida com sua mania de proteger os animais!! Gritou D. Isaltina. 

-Mãe, você sabe que o homem tem o dever de proteger os animais. Deus deixou os animaizinhos sob a responsabilidade do ser humano. Não vou deixar esse cachorrinho na rua, para ser morto por meninos impiedosos. 

Marinho relatou para D. Isaltina o que havia acontecido na escola e contou também o nome dado ao cachorro, nome arranjado de última hora, para o menino maldoso acreditar que o cãozinho era seu. 

D. Isaltina, desconsolada, respondeu: 

-Filho, pegaremos sarna... você está perdendo aula... vamos devolver esse cachorro à rua... 

-Não, mãe, não e não. Eu não costumo faltar da escola. Um dia não fará diferença. Depois meus amigos me colocarão a par de tudo. Quanto à sarna, fique tranquila, desinfetarei minhas mãos. Levarei Totó no veterinário. Prometo cuidar dele direitinho. A senhora paga a consulta e eu pago os remédios, com minha mesada. Comida o Totó terá de sobra, pois o tio Abílio é açougueiro e não cobrará por uns retalhos diários de sobras de carne. 

D. Isaltina, que conhecia bem a determinação do filho, aquietou-se. E lá se foi Marinho, todo feliz, levar Totó ao veterinário. O tratamento começou de imediato... uma injeçãozinha, banho com sabonete especial, paninhos de dormir sempre lavados... 

Ah... que lindo! Passaram-se alguns dias e os primeiros pelinhos começaram a nascer no animalzinho. Com um mês de tratamento, nem parecia mais que ele havia tido sarna. Como Totó era amoroso! Até D. Isaltina encantou-se com ele. Fazia-se amigo, alegre, obediente.      Quando Totó tinha dois anos, estava certa tarde, dormindo aquecido pelo sol da tarde. Era inverno. A casa se encontrava vazia. D. Isaltina, na escola, lecionando; Marinho, na casa de um amigo, fazendo um trabalho escolar e seu Hugo, marido de D. Isaltina, trabalhando. Eis que subiu no muro um ladrão. Ele viu que o varal estava cheio de roupas, mas não viu Totó dormindo quietinho. Pulou o muro e achou que ia fazer a festa. Totó acordou. Latiu. O ladrão assustou e o cão não parou de latir. Agarrou a barra da calça do homem com tal força, que o mesmo, não conseguiu se soltar. Além de segurar firme a roupa do ladrão, Totó rosnava. 

O barulho foi tanto, que a vizinha desconfiou e chamou a polícia. Quando a patrulha chegou, os soldados precisaram ligar na escola pedindo que D. Isaltina voltasse para casa. Eles não conseguiam fazer o Totó soltar a calça do ladrão. Somente quando ela chegou é que Totó soltou a calça do homem. Tibúrcio, o ladrão, foi preso. A bem da verdade, era o maior ladrão de roupas da pequena cidade de Santo Anjo. A cidade ficou em paz e Totó ganhou muitos carinhos de seus donos. Marinho disse ao cãozinho: 

-Totó, a melhor coisa que nos aconteceu na vida, foi encontrar você!! Obrigado!! 

Maria Nilceia




quinta-feira, 13 de fevereiro de 2025

O Desejo de Pimpolho

 


Pimpolho era um coelho fofinho. Ele andava infeliz, porque não se contentava em comer só cenouras e capim. Queria experimentar outro tipo de alimento. Num belo dia de Sol, começou a observar os outros animaizinhos: viu um gatinho comendo um passarinho e um bem-te-vi comendo um grilo. Então pensou: 

-Vou mudar minha alimentação. Experimentarei também comer bichinhos. 

E saiu à procura de comida diferente. Andou... andou... De repente, viu um passarinho pegando insetos e voando alegre para o seu ninho. Aproveitou quando ele estava no chão e perguntou: 

-O que você está fazendo? 

A avezinha respondeu: 

-Estou alimentando meu filhotinho que está com fome. 

Pimpolho, que havia pensado em comer o passarinho, ficou com muita pena e pensou: 

-Coitadinha dessa mamãe, ela está tratando do filhinho. Não tenho coragem de matá-la. Procurarei outro bichinho. Já sei! Acharei uma borboleta! 

Prosseguiu seu caminho e sem muita demora encontrou uma borboleta maravilhosa voando entre as flores. Era tão colorida! Parecia tão feliz... Pimpolho ficou encantado com a borboleta. Começou a brincar com ela. Corria atrás dela e ela voava de flor em flor. Acabaram ficando cansados. Após descansarem, Pimpolho perguntou para a borboleta: 

Ei, você não tem medo que eu a mate? 

-Não tenho medo não. Você é um coelho bonzinho. Por que haveria de me matar se fiquei sua amiga e estou brincando com você? Sei que é um coelho de boa índole, não teria coragem de me fazer mal algum. Meu coração me diz que você valoriza a amizade. 

-É verdade, tem razão. Eu não mataria e nem comeria uma borboleta tão linda e tão amiga. Vou embora sem lhe fazer mal algum. Adeus, amiguinha! Amanhã voltarei para brincarmos novamente. 

Pimpolho começou a perceber que não conseguiria nem matar e nem comer nenhum bichinho. Sentia tanto amor dentro de si! Disse para si mesmo: 

-Desisto da ideia de mudar minha alimentação. Eu não mataria nem mesmo uma mosca. Não sou gato, nem passarinho. Sou um coelho e meu alimento é cenoura e capim. Pensando bem, esses alimentos são nutritivos. É por isso que sou bonito e sadio. Por falar em alimento, estou com uma fome! 

Então, pôs-se a andar. Chegou na horta do quintal de D. Quitéria. Viu um coelhinho se regalando comendo uma cenoura e percebeu que havia também uma grande moita de capim que parecia ser muito apetitosa. Perguntou ao coelhinho: 

-Você mora aqui, amigo? 

-Moro sim... minha dona se chama Quitéria. 

-Será que posso ficar morando com você? 

-Claro! D. Quitéria gosta de animais. Ela se sentirá contente em tê-lo por aqui. 

Pimpolho respondeu, todo animado: 

-Que bom, meu amigo! Estou com muita fome... 

-Então, almoce comigo e se considere meu irmão. 

Pimpolho, feliz da vida, atirou-se sobre o capim. Comeu e achou o capim o mais gostoso que tinha provado até agora. E ainda aguentou uma cenoura... Intimamente, Pimpolho agradeceu a Deus por ser coelho e por existir capim tão gostoso para comer e cenouras tão apetitosas. 

Saltitando alegre, falou: 

-Aprendi a valorizar o que o Criador me ofertou. Como sou venturoso! 

Nisso, chegou D. Quitéria, que o viu tão logo pisou na horta. A princípio, Pimpolho teve medo; mas, assim que a boa senhora o pegou no colo e começou a coçar sua cabeça, o coelhinho perdeu o temor. Pimpolho se sentiu bem no colo de sua nova mãe. Ela lhe disse algo, entretanto, ele não compreendeu. Mas, nós, podemos entender as palavras da D. Quitéria: 

-Que bom você ter aparecido! Será muito bem tratado aqui em minha casa. 

E todos foram felizes para sempre! Para nós, essa história do Pimpolho vale muito. Mostra-nos que não é bom ficarmos desejando ser como os outros. Temos as nossas características e é preciso valorizá-las. Somos donos de qualidades a serem aprimoradas. Somente assim seremos verdadeiramente ditosos. 

Maria Nilceia


Lilita e Francisca

 


Lilita... Assim a chamavam…  Ela tinha nove anos. Com apenas essa idade, já usava a mentira para se beneficiar no que desejava. Ela tinha uma amiga chamada Francisca, muito boazinha, que não via maldade em ninguém. Francisca rezava sempre e acreditava na bondade de Deus.

 

Lilica, com o coração manchado pela maldade, quando percebia que Francisca fazia amizade com outra criança, ela já se interpunha na relação amistosa e caluniava Francisca. Querem saber de que maneira?

 

Assim que tivesse uma oportunidade, dizia à criança em questão, que Francisca falava mal dela. E aí a nova amizade de Francisca ficava desfeita pelo afastamento da nova amiga. Francisca se questionava:  porque ela se afastou de mim? Eu não lhe fiz nada de mal.

 

Na verdade, Lilita era egoísta e ciumenta na questão de amizades e não percebia os estragos feitos. Essa triste situação perdurou durante toda a adolescência, até que uma adolescente, que tratava mal Francisca, percebeu que Francisca era uma jovenzinha boa. E num encontro em que as duas estavam sós, Francisca se encorajou e perguntou:

 

-Por que você me trata mal?

 

A resposta que ouviu foi:

 

-Porque Lilita me disse que você fala mal de mim.

 

Francisca esclareceu:

 

- Eu nunca falei mal de você e sempre quis a sua amizade. 

 

Com esse diálogo, a amizade se concretizou e perdurou por todo o restante da vida delas. Quanto à Lilita, ela perdeu a amizade de Francisca e nunca ficou sabendo o motivo.

 

- Mamãe, quero ser como Francisca e não como Lilita. 

 

Assim disse Paulinha, filha de Alice, quando Alice leu essa história para ela.

 

Vovó Catarina


domingo, 27 de outubro de 2024

Uma Linda Joaninha

 



Ela era linda... vermelhinha com bolinhas pretas nas asinhas... Todos que a viam se encantavam, ninguém tinha coragem de lhe fazer mal, mesmo que ela comesse algumas folhinhas das plantas. Afinal, ela precisava sobreviver. 

Creio que os amiguinhos sabem sobre quem estou me referindo. Sim, acertaram, é uma joaninha mesmo!! E é sobre ela que vou relatar. Algo diferente aconteceu com essa nossa personagem. Vermelhinha era o seu nome. Assim a chamavam as crianças que a conheciam. 

Vermelhinha, após passar alguns dias nos quintais de algumas casas, resolveu permanecer num lindo jardim do bairro. As flores eram tão perfumadas e coloridas... a grama muito macia... Existiam inúmeras borboletas ali... além dos passarinhos saltitantes e felizes, das crianças alegres e brincalhonas... Tinha também uma fonte de água limpinha, que à noite ficava toda colorida, devido a iluminação. Vermelhinha sentiu-se bem naquele local. 

“Pensou”, de acordo com sua simples maneira de inseto:

-Aqui é o lugar ideal para mim, viverei bem nesse jardim durante muito tempo. 

Realmente, voando daqui, voando dali, passou vários dias na mais completa felicidade, sem nenhum problema. Encontrava tudo o que necessitava para viver bem. Voava sobre as flores, sobre as folhas, sobre a graminha e várias vezes pousava nos cabelos da petizada que ali brincava. Com cuidado, as crianças tiravam a Vermelhinha dos cabelos e deixavam que ela andasse em suas mãozinhas. 

Paula e Lia, eram as meninas que mais iam ao local, só para brincar com Vermelhinha. Chegavam já chamando: 

-Vermelhinha, Vermelhinha! Onde você se encontra? Perguntava Lia em alta voz. 

-Apareça, Vermelhinha, estamos à sua espera! Em que lugar se escondeu? Dizia Paula. 

Elas iam ao local com uma lupa, para localizarem a joaninha mais facilmente. Quando a achavam, era aquela festa! Quem a encontrava primeiro, gritava empolgada:

-Achei, achei! 

E então, punham-se a brincar com Vermelhinha. A vida, naquele recanto, era ideal, havia uma saudável união entre os guris, os bichinhos e as plantas. Nada de destruição, malvadezas por ali não existiam. Todavia, apesar de toda essa harmonia, ocorreu algo que deixou Vermelhinha em perigo. 

Lá, existia uma aranha gorda e gulosa, que morava numa teia feita com capricho por ela mesmo. Quantos mosquitos e borboletinhas já haviam caído em sua teia e servido de almoço para ela! A joaninha nunca havia voado lá por perto. Até que um dia, buscando os cantinhos daquele jardim que ainda não conhecia, acabou enroscada na teia da aranha comilona. Felizmente, a dona da “casa” não estava tão próxima. 

Vermelhinha, profundamente assustada, começou a se debater, mas, apesar de todo esforço, mais e mais se enroscou. Percebeu que não conseguiria sair de lá sozinha. Necessitava de ajuda. Joaninha não fala, todavia, Vermelhinha clamava à sua maneira: 

-Tirem-me daqui, depressa, por favor! 

Ela desconhecia o fato que corria risco de vida, jamais havia visto uma teia de aranha, não sabia que logo a dona da habitação viria ali e a almoçaria. A aranha já havia enxergado a sua presa enroscada, porém, não se preocupou em voltar depressa à teia, porque ainda não sentia tanta fome. 

Enquanto isso, passou um homem e viu a joaninha se debatendo... Nada fez para ajudá-la. Achou até engraçado. Prosseguiu, insensível ao desespero da pobrezinha. Mais uns minutos e apontou uma senhora e sua filha. Ao ver a joaninha, a mulher também não se condoeu. Sua filha, mostrando sentir pena, pediu: 

-Mamãe, veja o bichinho na teia de aranha... Vamos tirá-lo de lá! 

A mulher, puxou a menina pela mão, dizendo: 

-Vamos, vamos, estou com pressa! 

Até que, chegaram no jardim Lia e Paula, com a lupa, à procura de Vermelhinha. Não a encontraram. Já estavam cansadas de procurar e haviam quase desistido, quando Paula falou: 

-Vamos procurar mais um pouco? Afinal, estamos com tempo... tenho um pressentimento que Vermelhinha está precisando de nós. 

Enquanto elas prosseguiam em busca do bichinho, vamos voltar à teia?

Lá estava a pobrezinha, esgotada, nem se debatia mais. Em dado momento, a aranha começou a aproximar-se da sua casa. Já sentia fome. Quando Vermelhinha percebeu a aranha muito perto, desesperou-se novamente. Nunca havia visto aquele ser...

 -Que assustador!! Pensou. 

Percebeu as intenções da aranha e debateu-se novamente. Tentava escapar.

Até que... aproximaram-se finalmente, Paula e Lia. Viram Vermelhinha tentando se soltar da teia, empregando um esforço enorme. Lia, com um pauzinho, impediu a aranha de dar o bote na joaninha. Paula, com cuidado, tirou a joaninha da teia. Só que teve que destruir a casa da aranha para salvar a amiguinha. Bem, isso era o de menos... com certeza, a gorduchinha faria outra teia sem dificuldade. 

As meninas levaram vermelhinha para a casa de Paula e alojaram-na no quintal, que possuía várias plantinhas. A joaninha viveu segura ali. Paula e Lia se sentiram felizes em salvar a amiguinha. 

Crianças, o ser humano só ganha em fazer o bem. Às vezes, somos chamados a praticar boas ações e não devemos nos negar a realizar o que é benéfico. Paula e Lia, sempre foram assim, protetoras dos seres indefesos. Na escola, não se importavam que caçoassem delas. Eram bondosas e assumiam essa qualidade perante todos. 

O planeta Terra necessita de pessoas como elas, que carregam amor no coração. Só é feliz quem tem benevolência. Afinal... endereçar o bem a um pequeno ser, é dever também. Amar o mundo que nos cerca, cuidar dele, é isso que devemos praticar e é isso que Lia e Paula fazem até hoje. Atualmente elas são velhinhas. Mas não esqueceram da Vermelhinha. Contam ainda a história da joaninha aos seus netinhos. 

E vocês, amiguinhos, gostaram dessa história?

Fiquem então atentos, pois, vocês também serão convidados a fazer o bem. No dia em que todos aceitarem o convite, nosso mundo será muito melhor.

Maria Nilceia


sábado, 2 de abril de 2022

Água Limpa

 


Isaurinha chegou em casa preocupada e foi logo dizendo à sua mãe: 

-Mamãe, a professora disse que devemos ser como a água limpa. Pediu para comentarmos isso em casa e trocar ideias com as mães e com os pais, porque amanhã faremos um debate na classe sobre isso. 

-Hummmmmm... disse D. Sonia, vamos pensar bem, filha, para que você não fale nada errado amanhã... é bom saber a opinião de seu pai também. 

Impacientes, elas esperaram Alberto chegar, tomar banho e durante o jantar foi Isaurinha quem lhe disse: 

-Papai, a professora disse que devemos ser como a água limpa. O que quer dizer isso? 

-Pense um pouco, filha... respondeu Alberto. 

A menina pensou, pensou e respondeu: 

-Não sei, pai. Passei a tarde toda tentando descobrir... está difícil. 

O Sr. Alberto perguntou então: 

-A professora não deu nenhuma pista?

-Não, pai. Será que ela quer dizer que é pra gente tomar banho? 

-Não, filha, não é não. Você não desconfia o que a professora quer dizer, Sonia? 

-Não desconfio não. Sou ruim de pensamento - respondeu Sonia. Mas acho que ela quer dizer que é para sermos bons. 

De repente, Isaurinha, falou alto, toda animada: 

-Já sei pai! Tive uma boa ideia! Vou à casa do nosso vizinho, o Sr. Otávio, pai da Francisquinha. Ela me disse que ele é como filósofo, sabe tudo sobre a vida. 

-Boa ideia mesmo, filha! Respondeu o Sr. Alberto. Vá sim. 

E, terminando o jantar, ela foi à procura do vizinho. 

Foi ele mesmo quem veio atendê-la. 

-Olá, querida, o que deseja? Perguntou gentilmente. 

-Olá, Sr. Otávio. Não desejo atrapalhar. Só quero lhe fazer uma pergunta. 

Fazendo com que Isaurinha entrasse, Otávio respondeu: 

-Pergunte o que quiser. Se eu souber, responderei com prazer. 

Isaurinha, assim falou: 

-Sabe o que é, Sr. Otávio, a minha professora disse que devemos ser como a água limpa. Amanhã ela perguntará para nós o que isso quer dizer... eu, papai e mamãe estamos em dúvida... resolvi então perguntar ao senhor. 

-Vejamos... - começou Otávio. Água limpa é transparente, sem terra. 

-Uai... - interrompeu a menina. Devemos ser transparentes?! 

Otávio sorriu. 

-Não querida, não quis dizer isso. Trata-se do seguinte: nossa maneira de ser tem que ser limpa como a água pura. Temos que ser sinceros e bons, responsáveis e honestos com todas as pessoas. Se somos assim, somos como a água pura. A água pura só faz bem. 

-Hummmmmm... acho que estou entendendo - disse a menina. Nada de mentir, de fazer malvadezas, nada de ser mal educada, preguiçosa... não deixar tarefa sem fazer... é isso? 

-Acertou em cheio, Isaurinha. Você é inteligente- respondeu o bom homem. 

E prosseguiu:

-Não importa se somos brancos, negros, altos, baixos, gordos, magros, ricos ou pobres. O que importa de verdade é termos a pureza da água no coração. 

-Fácil, fácil! - respondeu a garota, toda entusiasmada. Obrigada, Sr. Otávio, obrigada! O senhor me ajudou muito e possui o coração puro como a água. Já sei o que vou falar amanhã na escola. 

Ele sorriu feliz por tê-la ajudado e beijou a fronte de Isaurinha, dizendo-lhe: 

-Volte sempre. 

-Voltarei sim, amigo - respondeu a menina. Boa noite. 

Trocando um aperto de mão, despediram-se. 

No dia seguinte, Isaurinha saiu-se tão bem no debate escolar, que, ao chegar em sua casa, apanhou a rosa mais linda do jardim e levou-a com grande alegria ao bom vizinho. 

Ele, emocionado, guardou-a com carinho, para sempre. 

Dizem que hoje, apesar dele estar morando com Jesus, pois, já partiu desse mundo, seus familiares conservam a rosa que ele tanto amou. 

É... nada como ser bom! 

Maria Nilceia


quinta-feira, 24 de março de 2022

Sua Família Vai Bem?

 


Era uma vez uma garota chamada Lili. Ela não gostava de sua linda família. Achava sua mãe ruim, seu pai chato e seu irmão, Juninho, intrometido. Brigava com todos e falava mal de sua família aos vizinhos e parentes. 

Ela só não falava que a maioria das confusões era ela que armava. Tudo tinha que ser do seu jeito. Se não fizessem como queria, pobres de seus pais e de seu irmão... O coitado do Juninho era o que mais sofria. Ela batia nele sem dó. 

Nas férias, seus pais queriam passear numa cidade que não tinha praia. É que lá morava uma tia de seu pai, muito velha e que estava doente. Como não se viam há tempos, os pais de Lili resolveram aproveitar a ocasião para revê-la. Ficariam fora tres dias. 

Lili esperneou, gritou, queria ir numa cidade praiana. Seus pais lhe explicavam que não tinham o dinheiro suficiente. Ela não lhes dava ouvidos e brigava sem parar. Disse que não iria e que ficaria na casa da vizinha, já que sua amiguinha Lolita havia convidado-a para ficar lá se não quisesse viajar. 

Não teve jeito. Não foi mesmo viajar com os pais e o irmão. Ficou na casa da Lolita. Só que lá, passou a reparar... casa suja, tudo desarrumado, baratas... isso sem falar nas brigas... Lembrou-se então de sua casa limpinha, de sua cama sempre cheirosinha... teve saudades não só de sua casa, mas também de sua família. 

Entendeu que seus pais tinham grande paciência com ela. Não via a hora que sua mãe, seu pai e seu irmão voltassem. Rezou para que o tempo passasse logo. 

Era uma segunda-feira e ela estava triste, não aguentava mais. Começou a chorar. De repente ouviu: Fom! Fom! Fom! Era a buzina do carro de seu pai. Saiu correndo e foi encontrá-los. Abraçou-os com grande alegria. Juninho pegou um embrulho dentro do carro e disse-lhe: 

-Lili, veja o que eu trouxe para você. Eu que pedi ao papai para comprar, pois sei que você gosta muito. 

Feliz, deu-lhe o presente. A garota agradeceu, abriu o pacote e arregalou os olhos, não cabendo em si de contentamento. Era uma caixa de trufas, o doce que ela tanto gostava. Abraçando o irmão, entraram em casa sorrindo e conversando como grandes amigos.

Daquele dia em diante ela mudou muito e compreendeu que seus pais eram bons e que seu irmão a amava. Passou a valorizar sua família. 

Na semana seguinte, na aula de Português, a professora pediu para os alunos fazerem uma redação com o seguinte título: A Família.

Lili fez uma linda redação e no final escreveu: “Família unida brilha na Terra e no Céu.” A professora gostou bastante e leu a redação para a classe toda. 

Quem diria, heim?! É isso aí galera, família tem que ser unida pra valer! 

Maria Nilceia


segunda-feira, 22 de fevereiro de 2021

Não Podemos Esquecer

 


Um dia, a professora Sílvia disse aos seus alunos:

- O corpo é como um carro.

- Como assim? Perguntou a criançada.

- Com ele vamos pra lá e pra cá... Respondeu ela sorrindo, indo pra lá e pra cá.

Paulinho, brincando falou:

- Mas no carro vai combustível...         

-Vai sim, respondeu a professora. Todavia, nós não precisamos disso e sim de outras coisas. Vou explicar direitinho.

E prosseguiu:

- É necessário lembrar todos os dias que temos unhas, cabelos, pés, mãos, pele. É muito importante também não esquecer que temos escondidinhos dentro de nós o coração, fígado, estomago, etc. Pois bem: Se cuidarmos de nos alimentar corretamente, os nossos escondidinhos ficarão também alimentados e funcionarão corretamente. Entenderam? Não precisamos de gasolina, mas sim de alimentação certa.

- Tia Sílvia, perguntou Paulinho - então nossos escondidinhos são como peças de motores?

- Isso mesmo! Muito boa a sua comparação. Tem mais: assim como o carro possui vidros e espelhos e os mesmos devem ficar limpinhos para que o motorista enxergue e dirija bem, nossos cabelos, olhos, nariz, boca, ouvidos, mãos e pés também precisam estar limpos para que o conjunto todo funcione bem.

Paulinho, sempre disposto a arriscar uns palpites, logo disse:

- Ah, então é por isso que o Dunga e sua família, que são meus vizinhos, andam com aspecto de doentes. Mamãe disse que os piolhos e os bichos de pé estão sugando o sangue deles...

Sílvia respondeu:

- Sua mãe tem razão, Paulinho.

E, olhando para os demais alunos, esclareceu:

- Cuidados fundamentais são necessários para com o nosso corpo, ou seja, se lavamos bem os pés, a cabeça, escovamos os dentes, cortamos as unhas, mantemos a higiene das mãos, lavando-as diariamente e não só na hora do banho, fica difícil dos agressores nos atingirem e assim estaremos livres de piolhos, vermes e tantas outras coisas.

Uma aluninha, a Adriana, sempre bem educada e que vinha às aulas todos os dias arrumadinha, ergueu a mão e pediu permissão para falar.

Sílvia, ao ouvir seu pedido, logo respondeu:                                

- Fale, querida, você é como um anjinho, só nos diz coisas boas.

- Sabe, professora, gostaria de acrescentar que outro dia li num livro que se cuidamos de nosso corpo, Deus fica contente conosco, pois estamos tratando bem o que Ele nos deu com tanto amor, para vivermos na Terra uma vida feliz.

- Certíssimo, meu amor! Parabéns!!

E, olhando no relógio, viu que o tempo havia se esgotado. Então disse:

- Apenas para encerrar a aula de hoje, acrescento que, corpo e alma são unidos e todo aquele que cuida só da alma ou só do corpo, está agindo errado. Temos que cuidar dos dois para vivermos bastante. Combinado que faremos sempre assim?

- Combinaaaaaaaaado!! Respondeu em uníssono a criançada.

 

Maria Nilceia


domingo, 3 de janeiro de 2021

Amizade é Importante

 


Regininha pensava somente em si mesma. Assim, queria estar sempre em primeiro lugar em todas as ocasiões. Não aceitava dividir oportunidades com ninguém. Quando chamava alguma amiguinha para brincar, pegava quase todos os brinquedos, deixava só um pouco para a companheira. Por pouca coisa ficava brava e então... tomava os brinquedos da amiga, que, ficava triste e amuada num cantinho. 

Na escola, pegava sem pedir, lápis, borracha, canetinhas dos colegas e não ligava para devolver. No recreio brigava, encrencando por pouco com outras crianças. Punha defeitos em todos e costumava fazer caretas para as pessoas, mostrando-lhes a língua. 

Sabem, amiguinhos, porque ela era assim?

Porque seus pais não lhe mostravam a necessidade de ter boas maneiras, não aproveitavam as chances para ensiná-la, faziam todos os seus gostos. Mas... tudo o que fazemos, provoca bons ou maus efeitos, não é mesmo? Quem semeia laranja colhe laranja e não maçã. Quem planta o mal colhe o mal. Quem planta o bem colhe o bem. 

Olhem só em que se transformou a vida da menina.

As mães de suas amiguinhas, ao verem que elas chegavam tristes em casa, acabaram tomando conhecimento das maldades de Regininha. Proibiram suas filhas de irem brincar com ela e não quiseram saber mais de Regininha dentro de suas casas. Na rua, evitavam até olhar para a menina. Na escola, a professora tratou de tomar providências. Proibiu-a de pegar material dos colegas. No recreio, ninguém mais desejou ficar perto dela e Regininha não tinha com quem conversar. Passou a sentir-se muito sozinha. Ficou conhecida como a “menina briguenta”. 

Certo dia, em que não aguentava mais essa situação, resolveu pedir conselhos para a professora, pois, tia Amália, apesar de enérgica, nunca deixava de dar bons conselhos. Dirigindo-se a ela, disse: 

- Tia Amália, preciso de sua opinião. Não sei mais o que fazer. Não tenho amiguinhas. 

Amália respondeu:

- Se você não tem amigas, é porque não sabe ser amiga. Pense seriamente nisso e verá que tenho razão. As pessoas que pensam somente em si mesmas, que maltratam o semelhante, acabam ficando sozinhas. Mude a sua maneira de ser, caso deseje ser amada. 

Regininha ficou pensativa durante vários dias. Concluiu que a professora estava com a razão. Tentou, então, planejar algo que agradasse as demais crianças. Estava sentindo a dor da solidão. Teve uma ideia e tratou de colocá-la em prática. Com a permissão de tia Amália, levou bolo, salgadinhos e docinhos, além de um saquinho de surpresas para cada colega. Em cada saquinho colocou, além de presentinhos, um bilhetinho amigo, onde se lia o seguinte:

Que bom vê-lo(a) em minha festinha de aniversário. Você é muito importante para mim. Obrigada por tudo.

Todos gostaram da atitude de Regininha e perceberam que agora em seu coração existia o que nunca tinham visto antes nela, ou seja, amor acompanhado de amizade!

Regininha realmente se transformou. Não brigou mais, passou a ser amiga sincera de todos. Pois é...ela aprendeu a ser uma garota legal a duras penas. Hoje possui muitos amigos e... é bastante feliz!

Maria Nilceia


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