sábado, 31 de maio de 2025

Totó, o Cachorrinho Amigo e Defensor

 


Marinho era um garoto super dez! Amava os animais como se fossem gente. Certa manhã, ao chegar na escola, deparou-se, no pátio, com várias crianças judiando de um cachorrinho sarnento. Marinho entrou em pânico. 

-Não... absolutamente não! Eles não continuarão maltratando esse pobre cachorrinho, disse Marinho para si mesmo. 

Decidido que era, arrancou o animalzinho das mãos de um menino que estava a fim de jogar o cachorro para cima e disse com firmeza: 

-Este cãozinho é meu. Ele escapou do meu quintal. Devolva meu Totó, vou levá-lo de volta para minha casa. 

Diante disso, o menino entregou o animalzinho para Marinho. Marinho voltou para sua casa com o cãozinho. Sua mãe, D. Isaltina, ao vê-lo com o cachorro sarnento nos braços, ficou apavorada: 

-Marinho!! O que você aprontou dessa vez?! 

-Nada de errado, mãe... e não quero que fique nervosa... não tem motivo para isso... 

-Como não?! Você me deixa doida com sua mania de proteger os animais!! Gritou D. Isaltina. 

-Mãe, você sabe que o homem tem o dever de proteger os animais. Deus deixou os animaizinhos sob a responsabilidade do ser humano. Não vou deixar esse cachorrinho na rua, para ser morto por meninos impiedosos. 

Marinho relatou para D. Isaltina o que havia acontecido na escola e contou também o nome dado ao cachorro, nome arranjado de última hora, para o menino maldoso acreditar que o cãozinho era seu. 

D. Isaltina, desconsolada, respondeu: 

-Filho, pegaremos sarna... você está perdendo aula... vamos devolver esse cachorro à rua... 

-Não, mãe, não e não. Eu não costumo faltar da escola. Um dia não fará diferença. Depois meus amigos me colocarão a par de tudo. Quanto à sarna, fique tranquila, desinfetarei minhas mãos. Levarei Totó no veterinário. Prometo cuidar dele direitinho. A senhora paga a consulta e eu pago os remédios, com minha mesada. Comida o Totó terá de sobra, pois o tio Abílio é açougueiro e não cobrará por uns retalhos diários de sobras de carne. 

D. Isaltina, que conhecia bem a determinação do filho, aquietou-se. E lá se foi Marinho, todo feliz, levar Totó ao veterinário. O tratamento começou de imediato... uma injeçãozinha, banho com sabonete especial, paninhos de dormir sempre lavados... 

Ah... que lindo! Passaram-se alguns dias e os primeiros pelinhos começaram a nascer no animalzinho. Com um mês de tratamento, nem parecia mais que ele havia tido sarna. Como Totó era amoroso! Até D. Isaltina encantou-se com ele. Fazia-se amigo, alegre, obediente.      Quando Totó tinha dois anos, estava certa tarde, dormindo aquecido pelo sol da tarde. Era inverno. A casa se encontrava vazia. D. Isaltina, na escola, lecionando; Marinho, na casa de um amigo, fazendo um trabalho escolar e seu Hugo, marido de D. Isaltina, trabalhando. Eis que subiu no muro um ladrão. Ele viu que o varal estava cheio de roupas, mas não viu Totó dormindo quietinho. Pulou o muro e achou que ia fazer a festa. Totó acordou. Latiu. O ladrão assustou e o cão não parou de latir. Agarrou a barra da calça do homem com tal força, que o mesmo, não conseguiu se soltar. Além de segurar firme a roupa do ladrão, Totó rosnava. 

O barulho foi tanto, que a vizinha desconfiou e chamou a polícia. Quando a patrulha chegou, os soldados precisaram ligar na escola pedindo que D. Isaltina voltasse para casa. Eles não conseguiam fazer o Totó soltar a calça do ladrão. Somente quando ela chegou é que Totó soltou a calça do homem. Tibúrcio, o ladrão, foi preso. A bem da verdade, era o maior ladrão de roupas da pequena cidade de Santo Anjo. A cidade ficou em paz e Totó ganhou muitos carinhos de seus donos. Marinho disse ao cãozinho: 

-Totó, a melhor coisa que nos aconteceu na vida, foi encontrar você!! Obrigado!! 

Maria Nilceia




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