quinta-feira, 13 de fevereiro de 2025

O Desejo de Pimpolho

 


Pimpolho era um coelho fofinho. Ele andava infeliz, porque não se contentava em comer só cenouras e capim. Queria experimentar outro tipo de alimento. Num belo dia de Sol, começou a observar os outros animaizinhos: viu um gatinho comendo um passarinho e um bem-te-vi comendo um grilo. Então pensou: 

-Vou mudar minha alimentação. Experimentarei também comer bichinhos. 

E saiu à procura de comida diferente. Andou... andou... De repente, viu um passarinho pegando insetos e voando alegre para o seu ninho. Aproveitou quando ele estava no chão e perguntou: 

-O que você está fazendo? 

A avezinha respondeu: 

-Estou alimentando meu filhotinho que está com fome. 

Pimpolho, que havia pensado em comer o passarinho, ficou com muita pena e pensou: 

-Coitadinha dessa mamãe, ela está tratando do filhinho. Não tenho coragem de matá-la. Procurarei outro bichinho. Já sei! Acharei uma borboleta! 

Prosseguiu seu caminho e sem muita demora encontrou uma borboleta maravilhosa voando entre as flores. Era tão colorida! Parecia tão feliz... Pimpolho ficou encantado com a borboleta. Começou a brincar com ela. Corria atrás dela e ela voava de flor em flor. Acabaram ficando cansados. Após descansarem, Pimpolho perguntou para a borboleta: 

Ei, você não tem medo que eu a mate? 

-Não tenho medo não. Você é um coelho bonzinho. Por que haveria de me matar se fiquei sua amiga e estou brincando com você? Sei que é um coelho de boa índole, não teria coragem de me fazer mal algum. Meu coração me diz que você valoriza a amizade. 

-É verdade, tem razão. Eu não mataria e nem comeria uma borboleta tão linda e tão amiga. Vou embora sem lhe fazer mal algum. Adeus, amiguinha! Amanhã voltarei para brincarmos novamente. 

Pimpolho começou a perceber que não conseguiria nem matar e nem comer nenhum bichinho. Sentia tanto amor dentro de si! Disse para si mesmo: 

-Desisto da ideia de mudar minha alimentação. Eu não mataria nem mesmo uma mosca. Não sou gato, nem passarinho. Sou um coelho e meu alimento é cenoura e capim. Pensando bem, esses alimentos são nutritivos. É por isso que sou bonito e sadio. Por falar em alimento, estou com uma fome! 

Então, pôs-se a andar. Chegou na horta do quintal de D. Quitéria. Viu um coelhinho se regalando comendo uma cenoura e percebeu que havia também uma grande moita de capim que parecia ser muito apetitosa. Perguntou ao coelhinho: 

-Você mora aqui, amigo? 

-Moro sim... minha dona se chama Quitéria. 

-Será que posso ficar morando com você? 

-Claro! D. Quitéria gosta de animais. Ela se sentirá contente em tê-lo por aqui. 

Pimpolho respondeu, todo animado: 

-Que bom, meu amigo! Estou com muita fome... 

-Então, almoce comigo e se considere meu irmão. 

Pimpolho, feliz da vida, atirou-se sobre o capim. Comeu e achou o capim o mais gostoso que tinha provado até agora. E ainda aguentou uma cenoura... Intimamente, Pimpolho agradeceu a Deus por ser coelho e por existir capim tão gostoso para comer e cenouras tão apetitosas. 

Saltitando alegre, falou: 

-Aprendi a valorizar o que o Criador me ofertou. Como sou venturoso! 

Nisso, chegou D. Quitéria, que o viu tão logo pisou na horta. A princípio, Pimpolho teve medo; mas, assim que a boa senhora o pegou no colo e começou a coçar sua cabeça, o coelhinho perdeu o temor. Pimpolho se sentiu bem no colo de sua nova mãe. Ela lhe disse algo, entretanto, ele não compreendeu. Mas, nós, podemos entender as palavras da D. Quitéria: 

-Que bom você ter aparecido! Será muito bem tratado aqui em minha casa. 

E todos foram felizes para sempre! Para nós, essa história do Pimpolho vale muito. Mostra-nos que não é bom ficarmos desejando ser como os outros. Temos as nossas características e é preciso valorizá-las. Somos donos de qualidades a serem aprimoradas. Somente assim seremos verdadeiramente ditosos. 

Maria Nilceia


Lilita e Francisca

 


Lilita... Assim a chamavam…  Ela tinha nove anos. Com apenas essa idade, já usava a mentira para se beneficiar no que desejava. Ela tinha uma amiga chamada Francisca, muito boazinha, que não via maldade em ninguém. Francisca rezava sempre e acreditava na bondade de Deus.

 

Lilica, com o coração manchado pela maldade, quando percebia que Francisca fazia amizade com outra criança, ela já se interpunha na relação amistosa e caluniava Francisca. Querem saber de que maneira?

 

Assim que tivesse uma oportunidade, dizia à criança em questão, que Francisca falava mal dela. E aí a nova amizade de Francisca ficava desfeita pelo afastamento da nova amiga. Francisca se questionava:  porque ela se afastou de mim? Eu não lhe fiz nada de mal.

 

Na verdade, Lilita era egoísta e ciumenta na questão de amizades e não percebia os estragos feitos. Essa triste situação perdurou durante toda a adolescência, até que uma adolescente, que tratava mal Francisca, percebeu que Francisca era uma jovenzinha boa. E num encontro em que as duas estavam sós, Francisca se encorajou e perguntou:

 

-Por que você me trata mal?

 

A resposta que ouviu foi:

 

-Porque Lilita me disse que você fala mal de mim.

 

Francisca esclareceu:

 

- Eu nunca falei mal de você e sempre quis a sua amizade. 

 

Com esse diálogo, a amizade se concretizou e perdurou por todo o restante da vida delas. Quanto à Lilita, ela perdeu a amizade de Francisca e nunca ficou sabendo o motivo.

 

- Mamãe, quero ser como Francisca e não como Lilita. 

 

Assim disse Paulinha, filha de Alice, quando Alice leu essa história para ela.

 

Vovó Catarina


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